"QUE MEUS SEGUIDORES SEJAM POUCOS E SECRETOS. ELES GOVERNARÃO OS MUITOS E CONHECIDOS."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O nascimento de Vênus-Naemah

Oh bela dançarina! Rodopias nua entre as chamas crepitantes no meio da noite.
Teu corpo, alvo, contrasta com lucubras da noite boreal.
Veja! É equinócio e em tuas pegadas desconexas, impressas no chão, brota flores amarelas.
Toda tua nudez está exposta. A não ser pelo manto de estrelas que reveste teu ombro.
Adornas tua fronte com ramos e galhos.
Faz como os antigos filhos da terra.
Rodopias mais uma vez em torno de Beltame e cai exausta na terra, entre dores e lamentos.
E grita: “vem homens, saciar o ágape das efulsivas paixões”.
Dilacerar cada membro com o olfato do cio grotesco.
E eis que grunhem e resfolegam sobre o himineu sonâmbule. Até só restar pequenos pedaços em suas bocas.
Oh Trolls! Jazem adormecidos ante o orgiático ágape de seus prazeres obscenos.
Títeres da desordem. Consortes do caos. Em teus seio fervilham as larvas estéreis da paixão infecunda.
Nevoa pérfidas consciências em meio ao vale do sepultos.
Adentram em lúgubres templos de choldras servis e temem despertar. Pois, seus olhos gateados, não verão mais o crepúsculo do dia.
São noturnas criaturas rejeitados do Hadez e presos no limbo soturno de seus nefastos agouros.
Felicitam apenas ante a lembrança do líquido vital, que um dia jazia morno em seu paladar nefano.
Mas, como sou mortal, contemplo esta tela fria. Cônscio de meu status de viajante. Espero o raiar do dia para retornar.
Perfídia a opulência de tantos sonhos noturnos. Me é agradável a vida dos mortos.
Piso a charneca estéril. Odor acre , entorpece, nostalgia.
Sobrevive em teu adubo pútrido apenas uma flor.
Que embalada pelo requiém do vento, rodopia entre suas próprias amarras.
Rodopia e gira. Dançando como a antiga bailarina que o corpo adornou.

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