"QUE MEUS SEGUIDORES SEJAM POUCOS E SECRETOS. ELES GOVERNARÃO OS MUITOS E CONHECIDOS."

sexta-feira, 16 de maio de 2008

COMO UMA AVE, ESTOU ALÉM DAS MONTANHAS.



Sinto os meus dias chegando ao fim. Eles escorrem como os grãos de areia em uma ampulheta estéril. Descarno meu corpo, como uma serpente que troca a pele no ciclo contínuo da vida. Sou um ouroboros do meu próprio eu. Agora, que nada mais sou do que morte. Agora, que nada mais sou do que a antítese da existência, me deparo com meu fim. Serei apenas comida para os vermes, poeira para as estrelas. Um sopro, que em sua efêmera existência, deixou nada mais do que uma vaga memória, no plano euclidiano que ocupamos.


Não me compadeço da mísera sorte. Antes, orgulho-me de não andar com muletas, nem esconder meus olhos com a venda da ego-idolatria messiânica. De pé caminho em minha forma humana, que a servidão dogmática insiste em curvar. Com meus braços abertos,sou uma estrela, um petagrama flamejante,que liberta e disperta.


Aceito as coisas como são. Não me escondo no amor, na piedade , no martírio. Aceito as coisas como são. Rasgo a minha carne e exponho minhas víceras. Sofro, mas, mil vezes , cem mil vezes, a enganação dos sentidos, à traição da consciência. Sou o Deus de minha própria miséria

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